segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Porquê sofrer

Sinto-me como uma
Pequena formiga,
Esmagada pela
Imensidão do universo.

Não entendo as guerras,
Não encontro razão
Para a ganância,
Ou para dor.

Porquê sofrer
Se o mundo não gira
Em volta desse pequeno orifício
A que tão ingenuamente chamamos
O todo,
Se o mundo
Não começa nem acaba
Ai!

Porquê sofrer
Se não passamos
De um pequeno grão de areia
Na enorme ampulheta
Do Universo.

Porquê sofrer
Se tudo isto
É efémero,
Se tudo o que hoje vivemos
Será um dia levado
Pelas águas do tempo,
Como um castelo de areia
É levado
Pelas águas do mar.

Só mais um folgo!

Só mais um folgo
Eu vos peço,
Dai-me só mais um folgo
Que me encha os pulmões,
Essas caixas
De vida,
Ora Cheias
Ora vazias,
Um folgo
Repleto de emoções.

Sinto
O peito apertado,
Esmagado,
Pelas responsabilidades
De quem pouca alforria respira
E seus deveres
Por todo o corpo suado
Transpira.
Deixem-me profundamente
Em divinos sopros
Me embriagar.
Deixem-me livremente respirar.

Sou homem
E não escravo
Devo livre viver
E não em correntes pesadas
Agrilhoado
Deixe-me livre ser,
Correr, saltar,
Por todo o mundo
Num piscar de olhos
Viajar.
Deixem-me respirar.

Só quero
Tempo,
Espaço,
Para verdadeiramente
Homem ser,
E não maquina
Regulada,
Oleada,
Pelas falsas ideologias
Da actualidade,
Os falsos donos da verdade.
Deixem me respirar!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

E se o mundo…?

E se o mundo
Coube-se
Na palma
De uma mão,
Quem teria
O privilégio,
Quem teria
Na palma
A razão?

E se o mundo
Se escrevesse
Com uma simples
Pena,
Se o mundo
Se exprimisse
Pela negra tinta
E numa só palavra
Se restringe-se,
Quem a escreveria,
Quem depois de lida
A compreenderia?

E se o mundo
Coube-se
Num olhar,
Num simples, ténue
E ledo olhar?
E se o mundo
Fosse assim tão simples,
Fosse assim tão belo,
Quem seria eu
Para o negar?